O Instituto Água e Terra (IAT), órgão ambiental do Paraná, autorizou o corte de 9,9 hectares de Mata Atlântica para expandir o aterro sanitário de Fazenda Rio Grande, que recebe lixo de Curitiba e municípios vizinhos. A decisão foi tomada em 21 de janeiro, contrariando a posição do Ibama, que havia negado a autorização para a remoção da vegetação e ainda analisava um recurso sobre o caso. O Ibama considera que a medida afetaria um corredor ecológico de Mata Atlântica com espécies ameaçadas, e iniciou a apreensão de maquinário da empresa Estre Ambiental, responsável pela operação.
A Estre Ambiental, que já havia desmatado cerca de 60% da área autorizada pelo IAT, afirmou que a apreensão do maquinário comprometeria a continuidade dos serviços de descarte de resíduos na região. A Prefeitura de Curitiba, que preside o consórcio responsável pelo aterro, anunciou que recorrerá judicialmente contra a decisão do Ibama para garantir a ampliação do aterro, essencial para evitar um colapso no manejo de resíduos urbanos. A disputa reflete um conflito entre legislações federais e estaduais sobre o uso e preservação de áreas de alta relevância ecológica.
O IAT, por sua vez, defende sua autoridade para autorizar a intervenção e alega que o corredor ecológico já está comprometido por atividades humanas. O órgão determinou compensações ambientais, incluindo a recuperação de áreas de vegetação e preservação de novos espaços. A ampliação do aterro tem como objetivo prorrogar sua operação por mais seis anos, o que é considerado insuficiente pelo Ibama, dado o impacto ambiental envolvido. O caso segue em disputa judicial e pode estabelecer precedentes sobre a autonomia de decisões ambientais em áreas protegidas.