Hugo Motta (Republicanos-PB) é o favorito para assumir a presidência da Câmara, com apoio de uma ampla coalizão que inclui partidos de esquerda, centro e direita. Apesar da base de apoio forte, o governo enfrenta desafios para controlar a pauta da Casa, pois Motta terá que equilibrar os interesses de diferentes setores, incluindo aqueles da oposição. A eleição do novo presidente, com um apoio significativo, dificulta o trabalho do Executivo em aprovar suas pautas, já que Motta pode adotar uma postura mais independente, ao mesmo tempo que a oposição exigirá a consideração de propostas conservadoras.
A configuração política da Câmara é marcada por uma base governista fragilizada, com cerca de 130 deputados comprometidos com o governo, número que diminui dependendo das pautas em questão. A negociação de pautas e alianças pragmáticas foi uma estratégia adotada pelo governo, como visto nas negociações com o PP e o Republicanos, para garantir a governabilidade. No entanto, essas alianças são criticadas por setores da oposição, que apontam o risco de retrocessos em questões sociais e ambientais, e que cobram um maior controle nas votações.
O futuro presidente da Câmara terá que lidar com a pressão de setores da oposição, como a bancada Ruralista, e com o compromisso de garantir mais espaço para o debate nas comissões. Alguns deputados, especialmente da área ambiental, esperam uma gestão mais participativa e que valorize os debates sobre projetos importantes, contrastando com a gestão anterior que foi marcada por decisões apressadas e por um grande número de requerimentos de urgência. A expectativa é que Motta consiga uma condução mais equilibrada, favorecendo a pluralidade de discussões e mantendo o funcionamento democrático da Casa.