Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) investigou a relação entre os hormônios sexuais femininos e a sensibilidade à dor, focando no impacto do ciclo estral em ratas Wistar. A pesquisa revelou variações significativas na percepção da dor ao longo das diferentes fases hormonais, destacando que a sensibilidade à dor é maior durante o diestro, fase de baixos níveis hormonais. A pesquisa também apontou que a reposição de progesterona em ratas com ovários removidos teve um efeito protetor contra a dor.
A pesquisa foi conduzida no Programa de Pós-Graduação em Biologia de Sistemas, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, e contou com a orientação da professora Marucia Chacur. Os resultados sugerem que a progesterona pode ser uma base promissora para futuras terapias relacionadas ao controle da dor. Além disso, o estudo destaca a importância de incluir fêmeas em pesquisas científicas, dado que grande parte dos estudos utiliza apenas machos, limitando o entendimento sobre as diferenças biológicas entre os sexos.
O trabalho, que foi reconhecido com uma menção honrosa no Congresso da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC), será apresentado no 14º Congresso da Federação Europeia da Dor (EFIC) em 2025, em Lyon, França. Os dados obtidos ressaltam a relevância de investigar os efeitos dos hormônios femininos na saúde, com vistas ao desenvolvimento de tratamentos mais personalizados e eficazes para as mulheres.