Em Belo Horizonte, um homem de 52 anos foi preso pela Polícia Civil suspeito de envolvimento em um caso de adoção irregular de um recém-nascido. O fato ocorreu no Hospital Sofia Feldman, e a investigação começou após uma denúncia anônima. A mãe do bebê alegou não ter condições financeiras para cuidar da criança, uma vez que já possui outros três filhos, e afirmou ter feito um acordo com o suspeito, que se comprometeu a registrar a criança como sua e criá-la.
A denúncia foi motivada pela atitude da mãe, que, após o parto, permitiu que o bebê fosse registrado em cartório por outro homem, sem informar ao pai biológico. O homem preso, que não tem antecedentes criminais, declarou que procurava adotar uma criança para criar com sua companheira, que é mais velha e não pode ter filhos biológicos. Apesar de não haver indícios de pagamento ou comercialização, a ação é tratada como adoção à brasileira, caracterizada pela falta de trâmites legais para adoção.
A Polícia Civil explicou que, embora a mãe tenha ciência do processo legal de adoção, ela optou por contornar o sistema, o que pode configurar crime conforme o artigo 242 do Código Penal. Tanto a mãe quanto o suspeito podem ser responsabilizados, com penas que variam de dois a seis anos de prisão. A delegada responsável pela investigação destacou que o processo de adoção legal envolve uma série de etapas para garantir que a criança seja recebida por um adotante que tenha capacidade emocional, social e financeira para cuidar dela de maneira adequada.