Dona Hipólita Jacinta Teixeira de Mello, conhecida por sua participação decisiva na Conjuração Mineira, foi recentemente reconhecida como heroína nacional, mais de 190 anos após sua morte. Hipólita, que desempenhou um papel crucial no apoio a Tiradentes e na articulação de resistências contra o domínio português, teve seu nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria em janeiro de 2025, após décadas de esquecimento. A historiadora Heloísa Starling, que dedicou esforços para resgatar sua história, foi fundamental para o reconhecimento público de sua contribuição à independência do Brasil. Além disso, Hipólita teve sua lápide incluída no Panteão dos Inconfidentes, em Ouro Preto, em 2023, tornando-se a primeira mulher a receber tal honra.
Nascida em 1748, em Prados, Minas Gerais, Hipólita foi uma mulher à frente de seu tempo. Com uma educação privilegiada para a época, fluente em idiomas e envolvida nas questões políticas da época, ela foi uma figura-chave na Conjuração Mineira. Embora tenha sido uma das poucas mulheres ativamente envolvidas nos movimentos de independência, sua história foi praticamente apagada ao longo dos anos, sendo apenas recentemente que seu legado foi resgatado. A inclusão de seu nome no Livro dos Heróis e Heroínas representa uma mudança significativa no reconhecimento das mulheres na história do Brasil, que antes era centrado em figuras masculinas.
O resgate da memória de Hipólita também se reflete no impacto local, especialmente em sua cidade natal, Prados, onde ela se tornou símbolo de resistência e protagonismo feminino. Escolas da região passaram a incluir sua história no currículo, inspirando as novas gerações a reconhecerem a importância da figura feminina na formação do Brasil. Com o apoio da academia e de movimentos culturais, o reconhecimento de Hipólita reflete um momento histórico de valorização das mulheres e de outros grupos historicamente marginalizados, ampliando a compreensão do Brasil e sua história.