O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou as férias do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em decisão formalizada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (6). Inicialmente programadas até 21 de janeiro, as férias foram interrompidas definitivamente após o restabelecimento da esposa do ministro, Ana Estela Haddad, que passou por cirurgia no fim de 2024. A decisão ocorre em um contexto de intensas demandas econômicas e pressões do mercado financeiro.
O cancelamento coincide com a volatilidade do dólar e preocupações sobre as contas públicas. No final de 2024, o Banco Central interveio no mercado cambial para conter a alta da moeda norte-americana, reduzindo as reservas internacionais em 7%. Além disso, o governo enfrenta críticas e demandas por novas medidas de controle fiscal, apesar do pacote de cortes aprovado no Congresso, que prevê economia de R$ 69,8 bilhões entre 2025 e 2026. Especialistas questionam a efetividade dessas medidas e reforçam a necessidade de ações mais robustas para estabilizar a economia.
O governo busca equilibrar as contas públicas em meio ao aumento da taxa básica de juros, atualmente em 12,25% ao ano. Apesar das promessas de zerar o déficit até 2025, a perspectiva é de que o desequilíbrio fiscal permaneça até o final do atual mandato presidencial. Nesse cenário, a agenda econômica de Haddad e sua articulação com o presidente Lula ganham relevância, com discussões sobre novas estratégias fiscais para enfrentar os desafios econômicos do país.