Nos últimos anos, a música sertaneja tem se tornado cada vez mais homogênea, com produção em escala industrial e letras repetitivas. Embora o gênero tenha sempre sido dominado pela indústria fonográfica, a diversidade que antes existia em termos de estilo e identidade parece estar em declínio. A crítica do cantor Gustavo Mioto, em entrevista recente, destaca o esgotamento criativo que permeia grande parte do sertanejo atual, ressaltando que muitos artistas estão apenas replicando fórmulas de sucesso, sem buscar inovação.
Mioto observa que, embora existam exceções no mercado, como a proposta mais inovadora de Ana Castela ao mesclar sertanejo com funk e dance music, a maioria das produções se mantém estagnada, sem elementos que as tornem únicas. A crítica ao gênero não é uma generalização, mas uma análise de uma tendência que vem se consolidando. A falta de diferenciação entre os artistas tem gerado uma sensação de repetição e falta de originalidade, o que afasta o público de novas propostas.
Historicamente, o sertanejo se caracterizou por sua diversidade, com diferentes estilos de canto e composições marcantes, como as de Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, Zezé Di Camargo & Luciano, entre outros. No entanto, essa identidade musical parece estar sendo diluída nas últimas décadas, com uma predominância de fórmulas similares e uma crescente automatização no mercado. Mioto espera que sua fala sincera sirva como um alerta para que artistas busquem novas abordagens e resgatem a qualidade que o gênero já teve em tempos passados.