A greve dos auditores fiscais da Receita Federal, iniciada em 26 de novembro de 2024, tem gerado atrasos significativos no comércio exterior e na logística do Brasil. Aproximadamente 75.000 remessas expressas de importação e exportação estão retidas em terminais alfandegários devido à operação-padrão dos auditores. Produtos de menor valor, como pacotes postais, enfrentam tempos de liberação de até 21 dias, enquanto cargas prioritárias, como peças automotivas e medicamentos, enfrentam um aumento no tempo de liberação, que subiu de 1 para 7 dias.
Os impactos econômicos dessa paralisação são substanciais, com perdas estimadas em bilhões de reais para o setor privado. As pequenas e médias empresas estão particularmente vulneráveis, já que produtos essenciais estão retidos, o que compromete a competitividade do Brasil no mercado global. A Frente Parlamentar Livre Mercado (FPLM) destaca que apenas em junho de 2024, o prejuízo para o setor foi de R$ 3,3 bilhões, afetando tanto empresas de logística quanto outros setores dependentes da fluidez das remessas.
O impasse nas negociações entre os auditores fiscais e o Ministério da Gestão e Inovação tem dificultado uma solução para a greve. Embora um acordo tenha sido fechado em fevereiro de 2024, o sindicato dos auditores reclama que o governo não cumpriu com o que foi prometido, como a reestruturação de carreiras e reajustes salariais. Sem previsão de novas negociações, a paralisação continua impactando diretamente os consumidores, com o custo final dos produtos aumentando devido aos atrasos, o que também afeta negativamente a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional.