O economista Jeferson Bittencourt, ex-secretário do Tesouro Nacional, destacou que o governo federal ainda tem a possibilidade de revisar as projeções orçamentárias para 2024, já que o orçamento ainda não foi aprovado. Ele apontou que, diante da não aprovação do orçamento, há espaço para ajustes nas estimativas de arrecadação, especialmente após as discussões sobre a superestimação de receitas. Bittencourt enfatizou a importância de uma revisão realista, dado o distanciamento entre as previsões do governo e as expectativas do mercado, como exemplificado pela discrepância nas receitas previstas com concessões de ferrovias.
Bittencourt também comentou sobre as discrepâncias nas projeções de arrecadação do governo, mencionando a expectativa de receitas muito mais altas do que as arrecadadas, como no caso das concessões ferroviárias, onde o governo previu R$ 34,5 bilhões, mas arrecadou menos de R$ 5 bilhões. Além disso, o economista mencionou as expectativas de arrecadação com o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), alertando para a necessidade de revisão da projeção de R$ 56 bilhões para 2024, que provavelmente será ajustada para um valor menor.
O especialista sugeriu que ajustes nos parâmetros macroeconômicos, como a inflação, podem proporcionar uma folga fiscal para o governo, desde que os ajustes sejam usados para corrigir as superestimações nas receitas de outras áreas. Bittencourt espera que essas revisões possam ajudar a melhorar a precisão das previsões orçamentárias, equilibrando as contas públicas e reduzindo as discrepâncias que poderiam impactar a gestão fiscal do governo.