O governo brasileiro enfrenta uma crise de confiança que tem pressionado a moeda nacional, com o dólar cotado acima de R$ 6. Interlocutores próximos ao presidente Lula alertam que o momento para adotar medidas fiscais é agora, a fim de evitar que o cenário econômico se deteriore ainda mais. Eles destacam que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu que o pacote fiscal do ano passado chegou tarde e foi insuficiente, o que resultou em frustração no mercado financeiro.
A expectativa do mercado é baixa, o que abre uma oportunidade para o governo surpreender com ações fiscais mais eficazes, como a redução da dívida pública. A situação fiscal de 2024 é considerada melhor do que a herdada pelo governo anterior, mas analistas alertam que a reação a um cenário em deterioração, com inflação e dólar altos, pode ser mais difícil e ineficaz. A hora de agir, segundo os especialistas, é antes que a crise se aprofunde.
Dados recentes mostram a magnitude da crise de confiança no Brasil, com o fluxo negativo de dólares no país alcançando US$ 26,4 bilhões em dezembro, o maior desde 1982. Embora o governo possa não reconhecer oficialmente a crise, os dados econômicos evidenciam uma perda de confiança por parte dos investidores, o que coloca em risco o refinanciamento da dívida pública, dependente em grande parte do mercado externo. Ignorar esse movimento pode agravar ainda mais a situação fiscal do país.