O governo brasileiro conseguiu reduzir o déficit fiscal de R$ 228,5 bilhões em 2023 para R$ 43 bilhões em 2024, cumprindo a meta estabelecida pelo arcabouço fiscal. A melhora nas contas é atribuída a um recorde de arrecadação e ao bloqueio de despesas, mas a dívida pública continua a crescer, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade fiscal. Apesar do avanço, o presidente Lula afirmou que não pretende adotar novas medidas de ajuste fiscal, o que gerou incertezas sobre o compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas.
A ausência de novas ações fiscais pode ter impactos diretos na economia, como pressão sobre juros e o câmbio. A fala do presidente parece frustrar as expectativas do mercado, que já demonstrou desconfiança com a política fiscal atual, contribuindo para a valorização do dólar. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se vê em uma posição delicada, com aliados dentro do próprio governo expressando preocupações sobre seu fortalecimento político.
Apesar da aprovação de um pacote de cortes de gastos no final do ano passado, economistas do mercado acreditam que o impacto positivo será menor do que o projetado pelo governo, o que reforça a incerteza sobre o cumprimento das metas fiscais nos próximos anos. A falta de compromisso com novos ajustes fiscais levanta a dúvida sobre como o governo pretende lidar com os desafios fiscais em 2027, especialmente se o atual presidente ou um sucessor precisar enfrentar um cenário ainda mais complicado.