O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que, no orçamento de 2025, o governo manterá a isenção do imposto de renda para quem recebe até dois salários mínimos, o que equivale a R$3.036,00. Atualmente, a faixa de isenção é para quem ganha até R$2.824,00. Além disso, o ministro anunciou que enviará ao legislativo propostas de reforma do sistema tributário, visando aumentar a isenção para quem recebe até R$5.000,00 por mês e corrigir distorções fiscais, com foco na justiça distributiva e na neutralidade fiscal.
Haddad também destacou a inclusão dos programas Vale-gás e Pé de meia no Arcabouço Fiscal, que buscam apoiar a população mais vulnerável, com ênfase na criação de uma poupança para estudantes do ensino médio. No entanto, apesar das medidas, o mercado financeiro continua preocupado com o aumento do risco fiscal, refletido no aumento do prêmio de risco para o governo. A dívida bruta do país, que em 2013 era equivalente a 52% do PIB, subiu para 78% em 2025, evidenciando um aumento considerável nos gastos públicos.
O economista Fábio Giambiagi apontou que o aumento da dívida pública se deve, em parte, à política de reajuste do salário mínimo, que impacta diretamente os gastos com a previdência social. Mesmo com a introdução de limites fiscais, o governo enfrentará custos adicionais, que podem alcançar R$87 bilhões em 2027, gerando um aumento significativo nos gastos do Estado.