O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem adotado uma postura cuidadosa em relação à posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Embora Trump tenha enviado um convite formal para representantes brasileiros participarem da cerimônia de posse, marcada para 20 de janeiro, as relações entre os dois líderes são marcadas por um desalinhamento ideológico, com Trump alinhado à direita e mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em resposta a esse cenário, o Brasil busca ampliar suas relações com potências como Alemanha, França, China e Índia, membros do Brics. O governo brasileiro pretende fortalecer sua posição no contexto da nova geopolítica mundial defendida por Lula, promovendo uma imagem de estabilidade e desenvolvimento econômico entre os países em desenvolvimento, e, assim, atraindo investimentos que possam minimizar riscos internacionais. Esse movimento visa também consolidar o Brasil como um ator relevante no cenário global.
Apesar das divergências políticas, o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos continua forte. Em 2024, os EUA foram o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China. As exportações para os Estados Unidos alcançaram US$ 40,3 bilhões, com um crescimento de 9,2% em comparação a 2023. O governo brasileiro espera que essa tendência continue, impulsionada pela competitividade e qualidade dos produtos agropecuários do país.