O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) anunciou, em Brasília, a Agenda de Enfrentamento à Violência contra as Pessoas LGBTQIA+, com foco em ações voltadas à educação, segurança pública e meio ambiente. O lançamento ocorreu no dia 27 de janeiro, em um contexto marcado pela proximidade do Dia Nacional de Visibilidade Trans, em 29 de janeiro, que celebra a resistência e o reconhecimento da comunidade trans e travesti. A violência contra essa população continua sendo uma das principais pautas, refletindo as preocupações de líderes e organizações sobre o crescente número de assassinatos de pessoas trans no Brasil.
No ano anterior, o Brasil registrou 122 assassinatos de pessoas trans e travestis, conforme o dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), evidenciando a gravidade da situação. Para líderes do movimento, como Bruna Benevides, presidente da Antra, a violência contra essa população está atrelada à falta de acesso a políticas públicas e à desigualdade social, fatores que tornam essas pessoas mais vulneráveis à discriminação e ao assassinato. A necessidade de políticas públicas eficazes e inclusivas é vista como uma solução crucial para a mudança desse cenário.
A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, reforçou a importância da colaboração entre diferentes setores do Estado, incluindo parlamentares comprometidos com os direitos humanos, para a transformação da cultura política autoritária que ainda prevalece. Evaristo defendeu que as lutas contra a transfobia e outras formas de discriminação não devem ser vistas como causas identitárias isoladas, mas como questões estruturantes, que demandam um compromisso contínuo com os direitos humanos e a dignidade de todas as pessoas.