Após a Meta decidir retirar a checagem de fatos de suas plataformas, o governo brasileiro sinalizou uma intensificação nos esforços para regulamentar o uso das redes sociais. Um grupo de trabalho foi criado para debater o tema, e negociações com os novos presidentes da Câmara e do Senado devem começar em fevereiro. O ministro Rui Costa afirmou que a prioridade do governo é avançar na discussão, buscando um formato de regulamentação que seja amplamente aceito, embora o Congresso enfrente divisões internas sobre o assunto.
A principal resistência vem da Câmara dos Deputados, onde o Projeto de Lei das Fake News, já aprovado no Senado, não conseguiu avanços em diversas tentativas de votação. A pressão das grandes empresas de tecnologia e a oposição interna, incluindo setores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, dificultam a construção de um consenso. Aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira, defendem a necessidade de responsabilizar as plataformas e identificar usuários de forma mais clara, mas até o momento, o PL não obteve sucesso na casa.
Além disso, a Meta, dona de plataformas como Instagram e Facebook, anunciou mudanças nas suas políticas de moderação de conteúdo, incluindo o fim da checagem de fatos. Essas alterações, que visam garantir mais liberdade de expressão, geraram reações no Brasil, com o Ministério Público Federal pedindo esclarecimentos sobre a aplicação das mudanças no país. O governo brasileiro, por sua vez, segue monitorando essas mudanças e pretende discutir um novo projeto de regulação das redes, caso o Congresso avance na pauta.