O governo federal deixou de arrecadar R$ 112,8 bilhões entre janeiro e novembro de 2024 devido a desonerações e renúncias tributárias, de acordo com dados divulgados pela Receita Federal. As principais renúncias foram relacionadas ao PIS-Cofins sobre combustíveis, à cesta básica, ao transporte público coletivo e à desoneração da folha de pagamentos. Apenas no mês de novembro, as desonerações somaram R$ 10,1 bilhões, destacando o impacto dessas políticas na arrecadação.
Apesar das renúncias, a arrecadação federal segue em alta e deve alcançar um novo recorde histórico para o ano de 2024. Até novembro, o governo arrecadou R$ 2,43 trilhões, o maior valor da série histórica para o período. Para um ano completo, o recorde atual é de R$ 2,46 trilhões, registrado em 2022. Esses números refletem o esforço contínuo para ampliar a base de receitas, mesmo diante de concessões fiscais estratégicas.
O aumento da arrecadação fortalece o plano do governo de atingir a meta de déficit fiscal zero em 2024, embora o novo arcabouço fiscal permita um déficit de até 0,25% do PIB. Com as receitas em alta e ajustes planejados, a gestão busca equilibrar as contas públicas sem comprometer o estímulo a setores estratégicos da economia, como transporte e consumo essencial.