Dois anos após o reconhecimento da crise humanitária na Terra Indígena Yanomami, o governo federal segue enfrentando desafios no combate ao garimpo ilegal. A fiscalização na região continua com o apoio de grupos indígenas, como o grupo Jaguar, que montou uma base estratégica no rio Uraricoera, conhecido por ser utilizado por garimpeiros. Mesmo com a redução significativa da atividade garimpeira desde novembro de 2024, as forças de segurança seguem na missão de expulsar os invasores que permanecem na área.
A extração ilegal de minérios deixou profundas cicatrizes ambientais, com os rios da região ainda visíveis em sua cor alterada devido ao impacto do garimpo. Contudo, a diminuição dessa atividade tem trazido benefícios, como a melhoria na aparência dos rios, mas ainda resta investigar se a água e os peixes já podem ser consumidos sem riscos à saúde, considerando a possível presença de mercúrio. O governo tem adotado medidas como a destruição de pistas de pouso ilegais e a intensificação das ações noturnas para dificultar o transporte ilícito na região.
Além dos esforços em segurança e fiscalização, o agravamento da saúde dos povos yanomami devido à atividade garimpeira continua sendo uma preocupação. Em 2023, a situação de emergência na saúde dos povos indígenas foi decretada, e o foco permanece em restaurar a saúde e garantir a segurança da população. As investigações científicas vão determinar o tempo necessário para a recuperação ambiental e os efeitos a longo prazo da contaminação por mercúrio.