O governo federal, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, determinou à Polícia Federal (PF) a abertura de uma investigação sobre um ataque ocorrido em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé, no interior de São Paulo. O incidente, ocorrido no dia 10 de janeiro, resultou em ao menos duas mortes e deixou outras seis pessoas feridas. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Taubaté, com depoimentos indicando que os disparos foram feitos por indivíduos que chegaram ao local em veículos e motocicletas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de seu ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, solicitou que a PF acompanhasse as investigações, considerando a gravidade da situação e sua possível repercussão interestadual. Teixeira também comunicou o crime às autoridades estaduais e requisitou ações para prender os responsáveis. A medida foi tomada em consonância com a previsão constitucional que autoriza a PF a atuar em casos que envolvem direitos humanos ou têm impacto em mais de um estado.
O MST classificou o ataque como parte de um contexto maior de violência relacionado aos conflitos fundiários no estado de São Paulo. A entidade criticou a falta de políticas públicas adequadas por parte do governo estadual, o que, segundo eles, torna os assentamentos vulneráveis e expõe as famílias assentadas a situações de insegurança. A situação revela a persistente tensão no campo, exacerbada pela ausência de proteção para os trabalhadores rurais e pela crescente violência nas regiões de Reforma Agrária.