O governo federal atingiu a meta de déficit primário para 2024, que era de zero, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual, conforme relatório da Instituição Fiscal Independente (IFI). O déficit primário registrado foi de 0,1% do PIB, porém, ao considerar gastos extraordinários, como as despesas com as enchentes no Rio Grande do Sul e as queimadas no país, o déficit real chega a 0,4% do PIB. O resultado positivo foi possível graças a receitas atípicas, como tributação de fundos exclusivos, dividendos de estatais e antecipação de despesas com precatórios.
Embora a meta de déficit tenha sido cumprida, o relatório da IFI aponta que a redução da dívida pública requer um superávit primário de 2,4% do PIB. A dívida bruta do governo geral foi revisada para baixo, mas a IFI alerta que a trajetória futura é de agravamento devido à persistência dos déficits primários e aos juros elevados, o que deve continuar a aumentar a relação dívida/PIB ao longo dos próximos dez anos. O governo, portanto, enfrenta desafios fiscais para estabilizar suas contas no futuro.
As projeções para 2025 indicam um cenário de inflação de 4,4%, taxa de juros de 14,25% e crescimento do PIB de 1,9%. No entanto, a IFI destaca que é necessário acompanhar o impacto de políticas internas e externas, como as ações do novo governo dos Estados Unidos e o pacote de medidas de corte de gastos aprovado pelo Congresso Nacional. A evolução econômica dependerá também da condução da nova direção do Banco Central e da consolidação das ações fiscais.