O governo federal anunciou que irá estabelecer um posto de acolhimento humanitário no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, para receber os brasileiros deportados dos Estados Unidos. A decisão foi tomada após uma reunião no Palácio do Planalto, presidida por Luiz Inácio Lula da Silva, com a participação de ministros e representantes das Forças Armadas. O aeroporto mineiro tem sido o destino das deportações aéreas nos últimos anos, e o novo posto visa garantir melhores condições de acolhimento para os deportados.
O anúncio ocorre após uma deportação recente, em que 88 brasileiros enfrentaram sérios problemas durante a viagem, como algemas durante todo o trajeto, agressões de agentes norte-americanos, e dificuldades relacionadas ao acesso a alimentos e banheiros, além de falhas no sistema de ar-condicionado. Diante disso, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, afirmou que o governo está focado em melhorar as condições de viagem e garantir que famílias não sejam separadas. Ela também ressaltou a importância de garantir cuidados adequados aos deportados, especialmente em relação à alimentação, água e conforto durante os voos.
O governo pretende, além de fornecer acolhimento humanitário, oferecer serviços de inclusão no mercado de trabalho para os deportados. A expectativa é que o posto em Confins também ajude a estabelecer uma abordagem mais humanitária nas operações de repatriação, com o apoio do Itamaraty, que já iniciou diálogos com autoridades norte-americanas para padronizar os procedimentos de deportação. Em média, o Brasil recebe de 12 a 14 voos de deportação anualmente, sendo a maioria dos deportados oriunda de Minas Gerais.