O governo federal anunciou que destinará R$ 700 milhões para a compra de áreas para reforma agrária, com o objetivo de distribuir terrenos para famílias em assentamentos em todo o Brasil que estejam previamente cadastradas. O programa recebeu aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de janeiro e deve ser oficialmente lançado ainda no mesmo mês. A medida vem em resposta a desafios enfrentados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e busca impulsionar a regularização fundiária em áreas do interior do país, após recentes episódios de violência em assentamentos.
Além da reforma agrária, o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, sob a liderança de Paulo Teixeira, também está preparando o lançamento do programa Desenrola Rural, que visa renegociar dívidas de agricultores com condições mais favoráveis. O programa inclui medidas como a repactuação de dívidas com descontos, a retirada de restrições de crédito e a possibilidade de consultar dívidas privadas para o acesso ao crédito agrícola. O lançamento dessa iniciativa está previsto para o final de janeiro e está sendo coordenado em parceria com o Ministério da Fazenda.
A falta de novas ações do governo federal em relação à reforma agrária tem sido uma das críticas recorrentes do MST, que, embora continue a apoiar a gestão atual, cobra maior agilidade em ações de desapropriação de terras. A pressão do movimento é especialmente relevante após o aumento das tensões em algumas regiões, o que reforça a importância da implementação dessas políticas para a estabilidade social e econômica nas áreas rurais.