O governo brasileiro planeja aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF), passando dos atuais R$ 2.824 para R$ 3.036. A medida visa beneficiar aqueles que ganham até dois salários mínimos, cujo valor foi reajustado para R$ 1.518 em janeiro de 2025. A proposta, ainda não incluída no Orçamento de 2025, terá que ser ajustada para garantir a compensação da perda de receita devido à ampliação da isenção. A tabela do IR não é corrigida desde 2015, o que tem gerado uma defasagem significativa nos valores, especialmente para quem recebe até dois salários mínimos.
Além disso, o governo discute a possibilidade de implementar uma isenção maior, abrangendo rendimentos de até R$ 5 mil mensais, com início previsto para 2026. Para arcar com a perda de arrecadação, que pode chegar a R$ 35 bilhões, a proposta sugere aumentar a tributação para os rendimentos acima de R$ 50 mil mensais. Essa mudança afetaria uma pequena parte da população, representando menos de 1% dos trabalhadores, mas tem o potencial de beneficiar até 28 milhões de brasileiros, caso seja adotada antes de 2026.
Porém, a proposta de isenção para até R$ 5 mil geraria um impacto significativo na distribuição de renda, uma vez que, segundo estudos, ela beneficiaria principalmente trabalhadores com maior poder aquisitivo, concentrando ainda mais os recursos entre os que têm os maiores salários. Isso poderia agravar os índices de desigualdade no país, conforme indicam pesquisas de instituições como o IBGE e a Unicamp. A questão continua a ser debatida pelo governo, que busca equilibrar as mudanças fiscais com a manutenção da justiça tributária.