Ingo Plöger, vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), alertou que o governo brasileiro está diante de desafios significativos para conter a inflação, especialmente no setor de alimentos. Durante sua participação no programa WW, ele destacou que soluções rápidas e simplistas não serão eficazes para resolver problemas econômicos complexos. O cenário atual é resultado de uma combinação de fatores, como a política fiscal inadequada, que tem gerado incertezas no mercado, além do impacto dos altos juros e da inflação no setor agrícola.
Plöger criticou medidas governamentais como a tabelação de preços e compras temporárias, que, segundo ele, não têm se mostrado eficazes e podem gerar efeitos negativos. O especialista sugeriu que o governo deveria focar em soluções estruturais, como a estabilização da economia e a redução do dólar a níveis mais equilibrados. Ele também enfatizou a importância da inovação e da tecnologia na agricultura para reduzir os custos da cesta básica, embora tenha alertado para o subfinanciamento de instituições essenciais, como a Embrapa, que enfrentam dificuldades orçamentárias.
Por fim, Plöger destacou que a resolução dos problemas inflacionários no setor agrícola não será imediata e exigirá uma abordagem de longo prazo. Ele sugeriu alternativas como o incentivo financeiro a cooperativas de crédito, que, embora não tragam resultados rápidos, podem contribuir para a melhoria gradual da situação econômica e o controle da inflação no futuro.
