Em abril de 2024, o governo estadual de Goiás demitiu vários servidores da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) após a descoberta de irregularidades em um contrato envolvendo reformas de prédios públicos. As investigações apontam que o valor desviado pode ultrapassar R$ 10 milhões. Relatórios técnicos da Controladoria-Geral do Estado e da Secretaria Estadual de Infraestrutura identificaram problemas em um contrato que previa a construção de diversas obras, como postos de policiamento e aeródromos. A Polícia Civil deu sequência às apurações com a deflagração da Operação Obra Simulada.
A operação, realizada em 28 de janeiro de 2025, resultou na prisão de ex-servidores e pessoas ligadas à Goinfra, além de mandados de busca, apreensão e bloqueio de bens. A investigação revelou que a empresa contratada para as obras não havia iniciado os serviços, apesar de pagamentos adiantados. Também foi identificado que a empresa utilizou práticas fraudulentas, como a demolição de instalações sem a execução das obras, para justificar o pagamento de notas fiscais. O contrato inicial de R$ 5 milhões foi alterado e aumentou progressivamente, totalizando R$ 27 milhões.
Além das prisões e medidas cautelares, as investigações continuam, com foco em outros contratos da Goinfra, incluindo um de R$ 270 milhões, que foi suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado. O governo agora busca recuperar o dinheiro desviado e mitigar os prejuízos públicos causados pela situação. As investigações também revelaram irregularidades em outros estados, ampliando o alcance da operação e destacando a complexidade do esquema de corrupção.