O governo chinês anunciou nesta segunda-feira (13) que o país atingiu um superávit comercial recorde de US$ 990 bilhões em 2024, superando seu próprio marco de US$ 838 bilhões alcançado em 2022. As exportações da China somaram US$ 3,58 trilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 2,59 trilhões, destacando-se como o maior superávit já registrado no comércio mundial. Esse desempenho reflete a força das fábricas chinesas, que são responsáveis por um terço de todos os bens manufaturados no mundo, superando países como os Estados Unidos, Japão e Alemanha juntos.
No entanto, apesar do superávit impressionante, o declínio das importações chinesas tem gerado preocupação. A China já foi a maior importadora de commodities, como petróleo e minério de ferro, devido ao seu modelo econômico focado em investimentos em imóveis e infraestrutura. No entanto, com a desaceleração das importações, especialistas apontam que a economia chinesa precisa agora de um maior impulso no consumo interno para continuar crescendo. Contudo, a falta de dinamismo no consumo doméstico representa um desafio significativo para o país.
Além disso, o superávit comercial da China, que representa 10% de sua economia, torna o país ainda mais dependente das exportações e vulnerável a políticas externas, como as tarifas impostas por outros países. A chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, com a promessa de aumentar as tarifas sobre produtos chineses, preocupa as autoridades chinesas, especialmente após o aumento de estoques das empresas americanas em dezembro de 2024. As tensões comerciais, portanto, continuam a ser um fator crucial para as perspectivas econômicas da China.