O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu em entrevista exclusiva que o governo enfrentou falhas de comunicação ao longo de 2024, o que impactou negativamente a economia e contribuiu para a alta do dólar. Ele destacou que a mistura de temas como a isenção do Imposto de Renda e a contenção de gastos ao anunciar o pacote fiscal foi um dos erros de estratégia. Para Haddad, a falta de uma comunicação mais coesa gerou expectativas frustradas, e as notícias falsas nas redes sociais também agravaram a crise de percepção.
Em relação ao déficit fiscal, Haddad afirmou que a previsão para 2024 é de 0,1% do PIB, bem abaixo da estimativa inicial de 0,8%. Ele ressaltou que o governo tem trabalhado para ajustar o orçamento e garantir maior flexibilidade econômica. O crescimento do PIB para 2024 é projetado em 3,6%, excluindo os gastos com a tragédia no Rio Grande do Sul. O ministro também mencionou que a aprovação do orçamento de 2025, prevista para fevereiro, será crucial para uma execução mais eficiente das políticas fiscais.
Haddad também comentou sobre sua relação com o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e reforçou a importância da autonomia da instituição. Embora reconheça que possam surgir divergências no diagnóstico econômico, o ministro afirmou ter plena confiança na capacidade de Galípolo em cumprir a missão do BC. A entrevista foi uma tentativa de esclarecer as estratégias do governo para lidar com os desafios econômicos e melhorar a comunicação com a sociedade.