A convocação do encarregado de negócios dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, ao Itamaraty, para esclarecer o tratamento dado a brasileiros deportados pelos EUA, sinaliza a preocupação do governo brasileiro com as condições das deportações. O episódio envolvendo deportados algemados em um voo fretado gerou um protesto oficial, com o governo brasileiro classificando o uso das algemas após o desembarque como uma violação de acordos bilaterais que preveem tratamento digno e humano aos repatriados.
O uso de algemas em deportações sempre foi uma prática comum nos Estados Unidos, mas, segundo a Polícia Federal, elas devem ser removidas antes do desembarque. No voo que trouxe 88 brasileiros de Manaus, os deportados permaneceram algemados ao chegar ao Brasil, o que foi considerado inadmissível pelas autoridades brasileiras. O governo protestou contra essa prática e pediu esclarecimentos sobre a conduta adotada.
Diferente dos Estados Unidos, onde a deportação em massa é frequente, o Brasil realiza deportações de forma mais restrita e humanizada, com voos comerciais e análise da necessidade do uso de algemas. A disparidade entre os dois países nas políticas de imigração e deportação ressalta as tensões sobre a abordagem de tratamento dos migrantes, com o Brasil insistindo por um tratamento mais respeitoso e condizente com os direitos humanos.