O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou a retirada das algemas de brasileiros deportados dos Estados Unidos após um voo técnico inesperado que pousou em Manaus na noite de sexta-feira, 24 de janeiro. A medida foi adotada após o governo brasileiro intervir diretamente, garantindo que os deportados não fossem mais acorrentados ou algemados no voo realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) para completar o trajeto até Belo Horizonte. A ação foi tomada com base em uma orientação do ministro Lewandowski, que destacou o desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros.
Essa intervenção não foi um fato isolado. Em outras ocasiões, brasileiros deportados dos Estados Unidos também relataram a utilização de algemas durante o transporte, como no caso de um voo em maio de 2021. Na época, 30 brasileiros foram transportados de forma similar, com mãos e pés acorrentados, apesar de já existirem preocupações expressas pelo governo brasileiro sobre o uso desse procedimento, principalmente considerando que a maioria dos deportados não possui antecedentes criminais.
O governo dos EUA justifica o uso das algemas como uma medida de segurança para evitar brigas ou sequestros durante o voo. No entanto, a insistência do Brasil em que os deportados sejam tratados com dignidade foi reforçada em várias ocasiões, com o Itamaraty pedindo a revisão dessas práticas. O recente incidente foi uma oportunidade para o governo brasileiro assegurar que a situação fosse corrigida, protegendo os direitos dos deportados durante o transporte.