O governo da Argentina, sob a liderança de Javier Milei, iniciou na última sexta-feira um conjunto de medidas para tornar o dólar mais acessível no cotidiano dos cidadãos. Entre as novas regras, destaca-se a permissão para que os preços de produtos e serviços sejam exibidos tanto em pesos argentinos quanto em moedas estrangeiras, como o dólar. Além disso, consumidores poderão realizar pagamentos em dólar por meio de cartões de débito, uma medida que visa aumentar a fluidez das transações em moeda estrangeira no país.
Essas iniciativas vêm em meio à promessa de Milei de adotar o câmbio livre em 2025, uma medida que implica na eliminação das restrições para a compra de dólares, tradicionalmente usadas para proteger as economias argentinas da inflação e desvalorização da moeda local. O ministro da Economia, Luis Caputo, informou que os preços poderão ser ajustados para exibição em diferentes moedas, sem que haja uma obrigatoriedade de conversão entre pesos e dólares, uma vez que o valor será estipulado diretamente em moeda estrangeira. No entanto, as transações não terão regras fixas quanto à taxa de câmbio a ser aplicada, o que pode variar conforme o mercado.
A introdução de pagamentos em dólar via cartões de débito, que começará a ser efetiva em fevereiro de 2025, faz parte de um esforço para criar uma economia bimonetária, onde o dólar se torna uma opção regular de pagamento, além do peso. O Banco Central argentino indicou que esses pagamentos ocorrerão sem a necessidade de conversão cambial, já que os preços serão ajustados em dólares, o que visa facilitar o consumo e reduzir a volatilidade cambial. Contudo, os custos associados a essas transações, como tarifas e comissões, seguirão os mesmos padrões das operações em pesos, o que pode atrair tanto comerciantes quanto consumidores a adotarem a moeda estrangeira no dia a dia.