O governo federal decidiu adiar a discussão sobre a proposta de extinção do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), modalidade que permite aos trabalhadores retirarem parcialmente o saldo do fundo no mês do seu aniversário. Embora ainda não esteja descartada a retomada da discussão até o final de 2026, a medida encontrou resistência no Congresso Nacional e gerou preocupação quanto à sua impopularidade. O governo tem adotado uma postura cautelosa diante de propostas que afetem diretamente a população, como essa, que poderia gerar reações negativas.
Apesar de a proposta ter sido inicialmente defendida pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a decisão de adiá-la reflete uma estratégia de prudência, considerando o impacto potencial sobre os eleitores. Além disso, a discussão sobre o crédito consignado, especialmente voltado ao setor privado, tem avançado em paralelo. A avaliação de técnicos é que essa alternativa seria mais bem recebida, visto que a concessão de empréstimos com garantia do FGTS tem maior aceitação entre os trabalhadores com fontes de renda estáveis, como servidores públicos e pensionistas.
O uso do FGTS para concessão de crédito consignado tem gerado debates, principalmente entre entidades como a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que alertam para o risco de comprometer a sustentabilidade do fundo e o financiamento de programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida. Apesar disso, a proposta do crédito consignado ainda encontra maior aceitação do que a extinção do saque-aniversário, cuja resistência é acentuada pela sua popularidade, especialmente em tempos de crises econômicas e incertezas financeiras.