A declaração do governador de Mato Grosso sobre a implementação de câmeras para monitorar a atuação de diferentes categorias, incluindo magistrados, gerou indignação no Tribunal de Justiça do estado. Durante uma entrevista, o governador comparou a ideia de câmeras em fardas de policiais com a possibilidade de seu uso por políticos, juízes e membros do Ministério Público, citando casos de condutas inadequadas em várias profissões. A fala provocou uma reação contundente da classe jurídica, que considerou o posicionamento desrespeitoso e ofensivo.
O Tribunal de Justiça e a Associação Mato-grossense de Magistrados criticaram as declarações, alegando que elas colocam em dúvida a honra e a honestidade dos magistrados. Em resposta, afirmaram que a justiça é pautada no devido processo legal e na ampla defesa, e que as palavras do governador representaram um ataque às instituições democráticas. A associação também cogita medidas judiciais contra as declarações, destacando a necessidade de respeito mútuo e diálogo construtivo entre os poderes.
O governador, por sua vez, negou qualquer intenção de ofender o judiciário, afirmando que suas declarações foram mal interpretadas e que seu objetivo era abordar o uso das câmeras de forma mais ampla, com foco na transparência. A polêmica ocorre em um momento em que o Tribunal enfrenta questionamentos sobre altos salários e outras questões internas, trazendo à tona um debate sobre a relação entre os poderes e a transparência nas instituições públicas.