O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, respondeu às críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a transparência nas negociações do Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag). Zema defendeu que os vetos do presidente Lula ao programa prejudicam diretamente os mineiros e impõem custos adicionais ao Estado. O governador ressaltou que Minas já pagou mais de R$ 8 bilhões à União e que, apesar de reconhecer o esforço fiscal do governo federal, a postura de “cortes na própria carne” deveria começar com as ações da administração central, mencionando, inclusive, gastos com viagens e a quantidade de ministérios.
Zema também rebatou críticas de Haddad sobre o aumento de quase 300% em seu próprio salário, afirmando que a medida foi tomada dentro do contexto do Regime de Recuperação Fiscal. De acordo com o governador, a proposta inicial de Minas para renegociar a dívida foi alterada de forma significativa, resultando em uma versão final sancionada por Lula que ele considera menos vantajosa. Em resposta, Zema sugeriu que, se os vetos não forem derrubados pelo Congresso, o Estado poderá não aderir ao Propag, embora o vice-governador de Minas tenha afirmado que a adesão ocorrerá, mas somente em 2026.
O Propag oferece aos Estados condições para reduzir juros e parcelar dívidas em até 30 anos, com a condição de que os recursos sejam direcionados para áreas como saúde e educação. No entanto, os governadores da oposição, como Zema, argumentam que os vetos prejudicam os benefícios do programa, limitando suas vantagens. As dívidas dos Estados brasileiros já superam os R$ 800 bilhões, e o presidente Lula, por sua vez, defendeu que os débitos precisam ser pagos, chamando os governadores de ingratos por não reconhecerem o esforço do governo federal.