O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, manifestou-se contra um decreto federal que atualiza as normas para o uso da força por profissionais de segurança pública, criticando-o como uma medida “demagógica” que, segundo ele, viola a Constituição ao interferir nas prerrogativas estaduais sobre as polícias militares e corpos de bombeiros. O decreto, publicado às vésperas do Natal, tem o objetivo de estabelecer diretrizes para a implementação e fiscalização das ações dos agentes de segurança, incluindo o uso de instrumentos de menor potencial ofensivo.
Caiado também questionou a eficácia da medida, que, em sua visão, não enfrenta os reais problemas de segurança no Brasil, como o avanço do crime organizado. O governador criticou a imposição de restrições no acesso a recursos federais, como o Fundo Nacional de Segurança Pública e o Fundo Penitenciário Nacional, para os estados que não cumprirem as novas regras, caracterizando a ação como uma “chantagem” política. Ele reforçou que o governo federal tem falhado em áreas que são de sua responsabilidade, como o compartilhamento de informações de inteligência e o apoio à infraestrutura estadual de segurança.
Além disso, o governador destacou que os estados esperavam ações mais incisivas do governo federal no combate ao crime, como a oferta de recursos tecnológicos, como drones e sistemas de rastreamento, e o fortalecimento de parcerias com órgãos federais de controle financeiro e segurança. Caiado enfatizou que sua posição não é isolada e reflete a preocupação de outros governadores em relação ao impacto do decreto nas políticas de segurança pública estaduais.