Um estudo publicado no European Heart Journal revelou que a gordura armazenada nos músculos pode aumentar o risco de hospitalização por ataque cardíaco ou insuficiência cardíaca, independentemente do índice de massa corporal (IMC). A pesquisa analisou 669 pessoas, com idades médias de 63 anos, sem sinais de obstrução arterial coronária. A principal descoberta foi que, para cada aumento de 1% na gordura muscular, o risco de disfunção microvascular coronária aumentava 2%, e o risco de doenças cardíacas graves subia 7%. Esses resultados persistiram mesmo considerando outros fatores de risco.
Os pesquisadores explicaram que a gordura intramuscular pode contribuir para a inflamação e o desequilíbrio no metabolismo da glicose, o que pode levar à resistência à insulina e a outros problemas metabólicos, afetando negativamente a saúde cardiovascular. Essa gordura, ao contrário da gordura subcutânea, parece prejudicar a microcirculação do coração e aumentar o risco de complicações graves. Além disso, pessoas com maior quantidade de músculos magros apresentaram risco reduzido de doenças cardíacas, destacando a importância da composição muscular na saúde cardiovascular.
Apesar dessas descobertas, ainda não se sabe como reduzir o risco para indivíduos com maior quantidade de gordura intramuscular. Os pesquisadores continuam investigando o impacto de tratamentos, como exercícios, dietas e medicamentos, para melhorar a composição corporal e prevenir doenças cardíacas. Essas conclusões reforçam a necessidade de revisar métodos tradicionais de avaliação de risco, como o IMC, para uma análise mais precisa da saúde do coração.