Uma investigação conduzida pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de Goiás revelou um esquema complexo de fraudes envolvendo empresas de fachada e operações financeiras ilícitas no setor de agronegócio. A organização criminosa é acusada de aplicar golpes milionários contra produtores rurais, acumulando prejuízos superiores a R$ 32 milhões em negociações fraudulentas de soja, milho e algodão. A denúncia também aponta para a criação de empresas “noteiras”, utilizadas para emitir notas fiscais sem recolhimento tributário, dificultando o rastreamento das operações.
Segundo as autoridades, o grupo, que operou entre 2023 e 2024, era estruturado e contava com divisões de tarefas específicas para aplicar os crimes de estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Entre as práticas denunciadas, destacam-se a não entrega de produtos agrícolas após pagamentos antecipados e o não cumprimento de valores negociados com produtores. A investigação revelou ainda o uso de nomes de terceiros para ocultar os verdadeiros responsáveis pelas transações ilegais e operações de sonegação fiscal.
Durante a operação policial, foram apreendidos quase 500 veículos, dois aviões e imóveis de luxo, totalizando bens avaliados em cerca de R$ 200 milhões. Apesar das acusações, as defesas dos denunciados afirmam que os fatos serão esclarecidos no decorrer do processo, alegando que a denúncia é baseada apenas em uma versão inicial. O caso segue em tramitação judicial, considerado um dos maiores golpes contra o agronegócio já registrados no Brasil.