O cenário geopolítico mundial em 2025 apresenta desafios significativos para a economia brasileira, com destaque para a falta de liderança global e o aumento das tensões internacionais. Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da Eurasia Group, aponta que o mundo atravessa um período em que não há um grupo de países capaz de coordenar ações frente aos principais problemas globais. Essa situação é agravada pela priorização das questões internas em detrimento de soluções externas, o que contribui para um ambiente de instabilidade global, especialmente diante da possível volta de políticas externas mais rígidas.
Outro ponto crítico é a deterioração das relações entre Estados Unidos e China, com a possibilidade de novas tarifas comerciais e uma intensificação das disputas econômicas. Garman alerta que a retaliação da China será mais contundente em um eventual novo mandato de Donald Trump, o que pode gerar um ciclo de tensões ainda mais elevado. Para o Brasil, esse cenário pode representar uma janela de oportunidade, especialmente no setor agrícola, mas também traz riscos, como o fortalecimento do dólar e a desvalorização do real, afetando diretamente as exportações e a economia local.
Além disso, a política econômica de Trump, chamada de “Trumponomics”, inclui medidas protecionistas que podem agravar a inflação nos Estados Unidos, reduzir o crescimento global e impactar negativamente as economias emergentes. Para o Brasil, isso pode significar uma combinação de desafios, como a queda nos preços das commodities e uma maior pressão sobre as contas públicas, já fragilizadas pela crise fiscal. Nesse contexto, o país terá que equilibrar as oportunidades e riscos apresentados por uma economia mundial em transformação.