O general brasileiro Ulisses Mesquita Gomes foi designado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para comandar as tropas da missão de estabilização na República Democrática do Congo (RDC). Sua chegada à África está prevista para a próxima segunda-feira (3). Ele assume a função em um contexto de escalada no conflito entre movimentos rebeldes, apoiados pelo governo de Ruanda, e as forças do governo congolês. Recentemente, 17 militares da missão de paz da ONU perderam a vida em confrontos com esses grupos. Além disso, a Embaixada do Brasil na RDC foi atacada, e os invasores chegaram a roubar a bandeira nacional, o que gerou uma manifestação de grave preocupação por parte do governo brasileiro.
A missão Monusco, composta por aproximadamente 14 mil soldados de paz, é uma das maiores operações das Nações Unidas em todo o mundo. O general Ulisses tem como prioridade adotar uma postura diplomática, mas está preparado para usar a força, caso necessário, para libertar cidades invadidas pelos rebeldes, como Goma e outras localidades. A situação no leste do Congo é complexa e possui raízes históricas, refletindo os efeitos do genocídio de 1994 em Ruanda, além de disputas pelo controle das riquezas minerais da região.
A violência no Congo ganhou nova intensidade com o avanço dos rebeldes do M23, que tomaram a cidade de Goma em um movimento considerado a maior escalada do conflito desde 2012. As forças ruandesas têm sido acusadas de apoiar os rebeldes no ataque à RDC, embora o governo de Ruanda não tenha confirmado sua presença militar no país. A população local tem protestado contra o apoio internacional ao conflito, acusando países como os Estados Unidos e a França de serem cúmplices das ações de Ruanda e dos rebeldes, enquanto também se enfrentam com a crescente insegurança.