As famílias brasileiras gastaram R$ 49,3 bilhões com materiais escolares em 2024, o que representa um aumento de 43,7% nos últimos quatro anos. De acordo com uma pesquisa inédita do Instituto Locomotiva e QuestionPro, esses gastos impactam 85% dos lares com filhos em idade escolar, sendo que muitos dos responsáveis afirmam precisar recorrer ao parcelamento para cobrir os custos. Entre os itens mais comprados, destacam-se os materiais escolares solicitados pelas escolas (87%), seguidos por uniformes (72%) e livros didáticos (71%). A pesquisa também revela que, em 2025, 35% dos entrevistados planejam parcelar as compras, com esse número mais alto entre as famílias de classe C.
O estudo aponta que os aumentos nos gastos estão principalmente ligados à inflação, ao aumento no custo de produção e ao impacto do dólar, especialmente no caso de itens importados como mochilas e estojos. A classe B é a que mais gasta, com R$ 20,3 bilhões, seguida pela classe C com R$ 17,3 bilhões, sendo que juntas representam 76% dos gastos totais. A Região Sudeste concentra a maior parte das despesas (46%), enquanto o Nordeste responde por 28% e a Região Norte apenas 5%. O impacto no orçamento familiar é mais acentuado na classe C, onde 95% dos entrevistados relataram que os gastos com materiais escolares afetam suas finanças.
Além disso, a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) alertou para o impacto dos custos, que devem continuar subindo entre 5% e 9% em 2025, devido ao aumento do dólar e dos custos de frete. A entidade propôs iniciativas como programas de crédito para a aquisição de materiais escolares, já implementados em algumas regiões, e a redução de impostos sobre esses itens, que, segundo a associação, podem representar até 50% do valor final. Essas propostas visam aliviar o impacto financeiro sobre as famílias e facilitar o acesso dos estudantes aos materiais necessários para o ano letivo.