Os gastos com a reconstrução do Rio Grande do Sul após as fortes chuvas de 2024 alcançaram R$ 29,016 bilhões, de um total de R$ 40,66 bilhões disponibilizados. A maior parte desses recursos, R$ 21,533 bilhões, foi destinada a créditos extraordinários para obras e ajuda à população, como a capitalização do Fundo de Apoio à Infraestrutura e apoio a micro e pequenas empresas. O governo federal também fez pagamentos de antecipação de precatórios da Previdência Social, subvenções para crédito rural e apoio a estados e municípios, além de ações relacionadas a precatórios e segurança jurídica.
Embora a vigência do decreto de calamidade pública tenha terminado no final de 2024, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, destacou a eficácia das medidas, comparando o processo de recuperação ao cenário de pós-guerra. Alguns recursos remanescentes, cerca de R$ 11 bilhões, poderão ser utilizados em 2025, sob a forma de restos a pagar, o que significa que as verbas empenhadas em anos anteriores poderão ser gastas neste ano. A União também destinou recursos para o seguro-desemprego, o Benefício de Prestação Continuada e a recuperação de unidades da Defensoria Pública e do Ministério Público Federal.
Os gastos extraordinários não impactaram diretamente a meta fiscal de déficit primário, que foi de R$ 43,006 bilhões em 2024. Contudo, ao excluir essas despesas extraordinárias, o déficit primário ficou em R$ 11,032 bilhões, dentro da margem de tolerância estabelecida pelo arcabouço fiscal. A meta fiscal de 2024 visava um déficit primário zero, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, o que permitiu um limite de até R$ 28,75 bilhões de déficit.