A futura presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministra Maria Elizabeth Rocha, considerou prematura a discussão sobre a possibilidade de anistia para os envolvidos na tentativa de golpe de Estado no Brasil e nos ataques aos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Em entrevista, ela afirmou que é necessário aguardar a conclusão dos julgamentos e a responsabilização dos envolvidos antes de discutir qualquer forma de perdão, como o indulto presidencial, lembrando que é cedo para avaliar a pertinência de uma anistia. Rocha destacou que, enquanto alguns réus ainda não foram julgados, o processo judicial precisa ser seguido até o fim para que se possa ponderar sobre a possibilidade de perdão.
A ministra enfatizou que, para se pensar na anistia, é preciso entender completamente o que ocorreu no 8 de janeiro, considerando não apenas os danos materiais, mas as possíveis intenções e o impacto que os atos tiveram sobre a democracia. Ela mencionou que a avaliação do caso depende da atuação do procurador-geral da República e de uma visão abrangente do que realmente ocorreu. Rocha também reforçou a necessidade de que todos os envolvidos, incluindo militares, sejam responsabilizados conforme a lei, sem exceções, ressaltando que a Justiça deve ser imparcial e que ninguém está acima da lei, seja um militar ou qualquer outra autoridade.
Ao refletir sobre o impacto dos ataques, a futura presidente do STM observou que os eventos de 8 de janeiro ainda representam uma ferida aberta na sociedade brasileira, que, assim como o golpe de 1964, continuará a afetar o país por décadas. Para ela, o episódio deixou uma importante lição sobre a fragilidade da democracia, que exige vigilância constante e respeito à liberdade. Rocha também se mostrou confiante na atuação da Justiça Militar, afirmando que as instituições podem ser falhas, mas são fundamentais para garantir a imparcialidade e a justiça, especialmente em casos de grande relevância nacional.