A possível fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul, anunciada recentemente, gera um cenário complexo para a aviação civil no Brasil, pois, juntas, as empresas dominariam mais da metade do mercado doméstico, colocando um desafio para a aprovação regulatória do processo. Especialistas apontam que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pode aprovar a fusão, mas com imposições, como a cessão de slots a outras empresas, especialmente à Latam, a fim de evitar a concentração excessiva no mercado e garantir a concorrência.
O impacto da fusão também envolve questões como a redução de opções no mercado doméstico e possíveis aumentos nos preços das passagens aéreas, devido a fatores como a alta do dólar e o preço do petróleo. Embora a união das duas empresas possa criar uma gigante do setor na América Latina, o processo deve ser acompanhado de perto por autoridades reguladoras e concorrentes, como a Latam, que pode buscar se opor à fusão, devido ao seu impacto no equilíbrio de mercado.
A fusão é vista como uma necessidade para a Azul, que enfrenta dificuldades financeiras, incluindo uma reestruturação e a possibilidade de recorrer à recuperação judicial. No entanto, a união também pode resultar em um mercado ainda mais concentrado, prejudicando a diversificação necessária em um país com as dimensões do Brasil. Apesar disso, especialistas acreditam que a fusão pode ser benéfica para as empresas envolvidas, oferecendo mais eficiência e oportunidades, embora o processo de aprovação possa ser longo e desafiador.