Gustavo Pires, diretor-executivo da XP e especialista em fundos, prevê que, em 2025, o ciclo monetário atual continuará a impactar o mercado, especialmente o crédito privado. Embora o crescimento da indústria de fundos seja esperado para ser mais modesto, com destaque para os FIDCs (fundos de investimentos em direitos creditórios), Pires acredita que o volume de investimentos ainda será elevado. Ele também aponta que os fundos imobiliários de papel (FIIs) têm se destacado, navegando bem no atual cenário econômico, e continuam atraindo investidores com bons retornos.
Pires observa que os fundos de “special situations” (ou “special sits”) podem ser uma classe de ativos importante em 2025, dada a situação financeira de muitas empresas. Esses fundos têm se mostrado ativos na identificação de empresas com dificuldades financeiras, muitas vezes alavancadas, que precisam vender ativos ou buscar garantias adicionais de crédito. Para o executivo, esses fundos são essenciais para o funcionamento do mercado de capitais, ajudando empresas em dificuldades a manterem suas operações e continuarem no mercado.
Embora o cenário de juros elevados possa beneficiar grandes empresas, ele tende a pressionar companhias menores, que enfrentam custos mais altos de financiamento. Pires destaca que, com a continuidade das altas taxas de juros, o Brasil pode vivenciar um aumento no número de eventos de crédito, o que pode criar um ambiente mais desafiador em 2025 em comparação a 2024. O executivo alerta que a combinação de juros elevados e a pressão sobre empresas menores pode gerar um efeito contraditório no mercado, com consequências para diferentes setores econômicos.