A alocação em renda fixa continua predominante nos fundos de pensão no Brasil devido à segurança e ao alto retorno que esses investimentos oferecem, especialmente após o ajuste das taxas de juros pelo Banco Central. No entanto, gestores de entidades de previdência estão cada vez mais voltados para a diversificação internacional, com destaque para os fundos de Contribuição Definida que possuem uma parte variável. A pesquisa realizada pela Mercer com 54 entidades de previdência revelou que, em média, 20% dos fundos de pensão pretendem aumentar sua exposição ao mercado externo, especialmente em índices como MSCI e S&P 500.
O estudo indica que muitos fundos que não têm investimentos no exterior ou que possuem valores muito baixos nesse segmento estão revendo suas estratégias. A valorização do dólar e do S&P 500 no último ano fez com que muitas entidades percebessem que estavam perdendo oportunidades de rentabilidade e de redução do risco de concentração no mercado brasileiro. A alocação internacional, que pode variar de 0% a 10% dependendo do perfil de cada plano, se tornou uma estratégia importante para diversificação e proteção contra riscos locais.
Com o cenário econômico no Brasil, que inclui uma previsão de juros acima de 15% e a incerteza fiscal, os gestores de fundos de pensão estão mais cautelosos quanto a ativos como ações, imóveis e fundos multimercado. Embora as ações brasileiras permaneçam nos portfólios, a expectativa é de que elas se mantenham em níveis baixos devido ao impacto da alta das taxas de juros e a desaceleração econômica, especialmente com a redução da atividade chinesa. Diante disso, a alocação em ativos internacionais surge como uma alternativa para maximizar os retornos e diminuir os riscos associados ao cenário econômico local.