O governo da Venezuela fechou a fronteira com o Brasil em Pacaraima, Roraima, no dia 10 de janeiro, data da posse de Nicolás Maduro para seu terceiro mandato como presidente. A medida foi tomada por militares venezuelanos, que bloquearam a passagem de veículos com cones e restringiram o fluxo migratório. A Polícia Militar de Roraima informou que, apesar da redução no fluxo migratório, a situação segue dentro da normalidade, sem alterações significativas no movimento de pessoas. O fechamento da fronteira não é inédito, já que a Venezuela já havia adotado a mesma postura em ocasiões anteriores, como nas eleições de 2024.
A cerimônia de posse de Maduro foi marcada por controvérsias relacionadas ao processo eleitoral de 2024, que gerou uma divisão de opiniões tanto internamente quanto internacionalmente. O Conselho Nacional Eleitoral e a Suprema Corte venezuelana proclamaram a vitória de Maduro, mas a oposição e diversos organismos internacionais questionam a legitimidade das eleições, alegando fraude. A falta de transparência no processo resultou em um distanciamento entre o governo brasileiro e o presidente venezuelano, tradicionalmente aliados. O Brasil, por meio de seu presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, se absteve de reconhecer oficialmente a vitória de Maduro, optando por não validar nem a vitória do presidente reeleito nem a da oposição.
Embora o governo brasileiro não tenha comparecido oficialmente à posse de Maduro, a embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, representou o país na cerimônia. A falta de reconhecimento das eleições e da legitimidade da posse gerou tensões nas relações bilaterais entre os dois países. A situação continua sendo monitorada pelas autoridades brasileiras, que destacam que a responsabilidade pela segurança e movimento na fronteira é do governo federal, embora a Polícia Militar de Roraima siga acompanhando os eventos em Pacaraima.