A França realizou uma homenagem às vítimas do ataque mortal à revista Charlie Hebdo, ocorrido há 10 anos, que marcou o início de uma série de ataques de militantes islâmicos no país e gerou um intenso debate sobre liberdade de expressão. Dois homens armados, com ligações à Al Qaeda, invadiram as instalações da revista e mataram 12 pessoas, como vingança por charges que zombavam do Profeta Maomé. O ataque gerou um movimento de solidariedade nacional, simbolizado pelo slogan “Je Suis Charlie”, e destacou o dilema sobre a relação entre liberdade de imprensa e religião em uma França secular.
As comemorações do aniversário contaram com uma cerimônia conduzida pelo presidente Emmanuel Macron e pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que incluíram uma colocação de coroas de flores e um minuto de silêncio. O ataque desencadeou uma série de atos violentos de extremistas islâmicos, incluindo o assassinato de quatro reféns judeus em um supermercado kosher em Paris, e expôs a vulnerabilidade da França diante do radicalismo. Desde então, mais de 250 pessoas perderam a vida em ataques semelhantes no país.
O aniversário do ataque renovou o debate sobre a liberdade de expressão na França, com reflexões sobre os limites do jornalismo e a autocensura crescente devido ao medo. O ex-presidente François Hollande expressou sua preocupação com a prevalência de uma autocensura que afeta o trabalho jornalístico. A revista Charlie Hebdo, por sua vez, reafirmou seus valores de humor, sátira e liberdade de expressão, mesmo diante das críticas que a acusam de islamofobia. O incidente continua a dividir a sociedade francesa, destacando o impacto das questões de liberdade de imprensa e respeito religioso.