O Fórum Econômico Mundial (WEF) de Davos 2025 acontece em um contexto global marcado por incertezas geopolíticas e tensões comerciais, com uma participação brasileira reduzida. Este ano, a delegação brasileira será mais modesta, principalmente devido à agenda política interna, que exige atenção prioritária do governo, como as eleições para as presidências da Câmara e do Senado e uma possível reforma ministerial. A ausência de uma delegação maior pode ser vista como uma oportunidade perdida para fortalecer o alinhamento com temas globais, como sustentabilidade e ações climáticas, especialmente com a proximidade da COP30, que será realizada no Brasil.
Além dos desafios domésticos, a reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos traz um cenário de maior incerteza quanto às políticas econômicas e comerciais do país, o que impacta as estratégias globais. Alguns analistas apontam que governos, incluindo o brasileiro, estão adotando uma postura cautelosa até entender melhor a direção do novo governo dos EUA, que pode ser ainda mais radical que o primeiro mandato. A diminuição da presença política brasileira em Davos também reflete essa cautela global frente à incerteza sobre o futuro político dos Estados Unidos e seus impactos nas relações internacionais.
Apesar de uma delegação oficial reduzida, o setor privado brasileiro se destaca com a estreia da Brazil House, que conta com a presença de grandes empresas e investidores. Essa iniciativa surge como uma importante plataforma de captação de investimentos e de defesa dos interesses nacionais, ocupando o vácuo deixado pela ausência do governo. Para especialistas, o evento de 2025 será mais um espaço de trocas de expectativas entre líderes empresariais e políticos, com um potencial menor para decisões concretas, especialmente considerando a atual conjuntura internacional.