As fortes chuvas que atingiram o estado de Minas Gerais nos últimos dias resultaram em uma tragédia na região do Vale do Aço, com um deslizamento de terra ocorrido na madrugada de domingo (12) e que já causou ao menos 11 mortes nas cidades de Ipatinga e Santana do Paraíso. O fenômeno climático responsável por essa situação é a Zona de Convergência do Atlântico Sul, que ocorre quando a umidade vinda da Amazônia encontra uma frente fria. Embora esse fenômeno seja comum no verão, as mudanças climáticas têm intensificado seus efeitos, resultando em maiores volumes de precipitação e eventos climáticos mais extremos.
Em Ipatinga, o volume de chuva registrado foi alarmante, com 80 milímetros em menos de uma hora, o que corresponde a 800 litros de água por metro quadrado. Essa quantidade de chuva saturou o solo, aumentando a probabilidade de deslizamentos. Especialistas explicam que a falta de vegetação e o solo encharcado contribuem para a perda de coesão do terreno, tornando-o mais suscetível a desastres naturais. As autoridades locais alertam para a continuidade das chuvas intensas, especialmente com a presença do fenômeno La Niña, que deve manter o clima instável na região central e nordeste do Brasil durante o verão.
Diante desse cenário, especialistas reforçam a importância de medidas preventivas para minimizar os impactos dos desastres naturais. Entre as sugestões estão a retirada de populações de áreas de risco, a melhoria da drenagem urbana e a criação de áreas permeáveis para ajudar na absorção das águas das chuvas. A adaptação das cidades a esses eventos climáticos extremos é considerada essencial para reduzir os danos e salvar vidas, diante do aumento da frequência e intensidade desses fenômenos devido às mudanças climáticas.