O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) decidiu aumentar em 50% o efetivo da Força Nacional no oeste do Paraná após uma série de ataques violentos contra a comunidade indígena Avá-Guarani, resultando em pelo menos cinco pessoas feridas, incluindo duas crianças. A Força Nacional está presente na região desde janeiro do ano anterior, com o objetivo de intensificar o patrulhamento e garantir a proteção dos indígenas na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, uma área de conflito territorial localizada entre os municípios de Guaíra e Terra Roxa. O reforço no policiamento será realizado em colaboração com a Polícia Militar do Paraná e a Polícia Federal, com a expectativa de que as novas equipes operem de forma totalmente integrada a partir do sábado (4).
A violência na região tem se intensificado, com ataques frequentes à comunidade Avá-Guarani, em especial relacionados a disputas territoriais. Apenas na noite de sexta-feira (3), um novo ataque deixou cinco indígenas feridos, sendo três encaminhados ao hospital e outros dois com ferimentos graves. As autoridades locais afirmam que as investigações estão em andamento, sob responsabilidade da Polícia Federal, que conta com o apoio das forças estaduais para apurar as causas e identificar os responsáveis pelos crimes. Além disso, medidas preventivas estão sendo adotadas para evitar uma escalada da violência e restabelecer a ordem na região.
O conflito territorial na área da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá remonta a décadas e está relacionado à disputa por terras que foram convertidas em áreas agrícolas após a construção da Usina de Itaipu nos anos 70. A falta de reconhecimento oficial dessas terras pelo Estado e a resistência de setores econômicos locais, como o agronegócio, têm agravado a situação. As comunidades indígenas, que enfrentam um histórico de violações de direitos, seguem em busca de soluções para garantir sua segurança e a preservação de seus territórios. O Ministério dos Povos Indígenas tem acompanhado a situação de perto e condenado os ataques.