Em setembro de 2024, a região de fronteira e aldeias indígenas em Mato Grosso do Sul foi palco de intensos conflitos, que resultaram na morte de um jovem indígena e no ferimento grave de outros dois membros da comunidade Nhanderu Marangatu. A situação foi gerada por confrontos entre indígenas e a Polícia Militar durante uma tentativa de ocupação de terras. Para garantir a ordem pública, o Ministério da Justiça decidiu prorrogar a presença da Força Nacional na área por mais 90 dias, com início em 19 de janeiro de 2025 e término em 18 de abril. A operação será apoiada pela Polícia Federal e tem o objetivo de controlar a violência e proteger os bens da região.
Além da operação de segurança, um avanço jurídico importante foi alcançado com a mediação do Supremo Tribunal Federal (STF). Após mais de quatro décadas de disputas, o STF intermediou um acordo para a demarcação de uma terra indígena em Antônio João, na fronteira com o Paraguai. A área, de aproximadamente 9 mil hectares, será agora reconhecida oficialmente como terra indígena, com compensação financeira de R$ 146 milhões para os produtores rurais afetados. Esses valores se referem a indenizações pelas terras e benfeitorias realizadas.
O acordo prevê que os produtores rurais terão 15 dias após o pagamento das indenizações para desocupar a área. A medida visa resolver um impasse histórico de conflitos fundiários no estado, buscando uma solução pacífica para a questão da demarcação. A ação é vista como um passo importante para reduzir tensões e estabelecer um equilíbrio nas relações entre comunidades indígenas e produtores rurais em Mato Grosso do Sul.