A Receita Federal tem intensificado o uso de supercomputadores e inteligência artificial para analisar uma grande quantidade de dados dos contribuintes, com o objetivo de combater a sonegação fiscal. O governo implementou medidas de fiscalização mais rigorosas, como o monitoramento de transações financeiras, incluindo as realizadas através de fintechs e instituições de pagamento, embora tenha recuado em algumas regras após críticas e desinformação nas redes sociais. Além disso, mais de 160 filtros de verificação são aplicados na análise das declarações de Imposto de Renda, que devem ser entregues anualmente pelos contribuintes.
A malha fina da Receita Federal é responsável por identificar inconsistências nas declarações, como omissões de rendimentos ou deduções incorretas, especialmente em áreas como despesas médicas e movimentações financeiras. Em 2024, mais de 1,4 milhão de contribuintes caíram na malha fina, sendo que a maioria deles tinha imposto a restituir. O Fisco utiliza cruzamentos automáticos de dados para identificar irregularidades, sem a necessidade de intervenção direta de auditores, focando especialmente em grandes empresas e na luta contra crimes como lavagem de dinheiro.
Apesar das críticas, a Receita Federal tem buscado simplificar o processo de declaração, como no caso da declaração pré-preenchida, que facilita a vida dos contribuintes ao preencher automaticamente parte das informações com base em dados fornecidos por instituições financeiras e outras fontes. O objetivo é aumentar a eficiência da fiscalização, permitindo que o Fisco se concentre em áreas de maior risco, como transações financeiras ilícitas, sem sobrecarregar o sistema com erros pequenos ou desinformações involuntárias.